Monday, October 23, 2006

destino dos livros

Story Vi um filme, há cerca de duas semanas, em que a personagem central se chamava “Story”. O que me atraiu no guião foi o facto de a personagem ir debitando, uma estória, melhor, uma lenda de embalar. O palco era um condomínio privado. Story revelara-se ao guarda do condomínio, espécie de refugiado da vida real (tratava-se de um médico triturado pela vida) que Story elegeu como seu porta voz.
Mas Story usava um código de comunicação muito limitado (esticar o dedo indicador era um Sim, espalmar a mão, era um Não, etc, e o médico viu-se, em palpos de aranha para “apanhar” a história que Story ia desfiando e desfilando. Ia sendo ajudado pelos outros moradores…Claro que não vou contar. Vejam o filme! O curioso é que cada morador tinha, ou melhor, era uma personagem da própria lenda. Só conseguiram desatar a narrativa com a colaboração de todos. E a Story ganhou a sua Liberdade E cada um percebeu qual o seu Sentido para a Vida. Happy end. O lema podia pois ser , todos por um e um por todos. Sozinho ninguém se safa. O que me fez lembrar: o destino dos livros Eu tenho paredes cobertas de estantes e estantes cobertas de livros. Os livros vão sendo comprados, empilhados… Depois arrumados. Às vezes não são sequer arrumados, vão colapsando, em leque, em busca do chão, num número de circo. Alguns são lidos. Outros não. Vão empalidecendo as folhas, naquele seu destino de ficar à espera… mas nunca chegou a vez de deles... Decididamente, cada livro devia ter um destino, um sentido… para mim. Já que eu sou responsável pela sua existência no meu cosmos pessoal. Como a Story era para as suas personagens. Mas eles encontraram-se uns aos outros na lenda e eu ando à procura de Deus em cada concha da praia. Ora, com o número de conchas que há, dá mais que duas horas de filme, não sei como vou conquistar a meu sentido ou a minha liberdade.