Thursday, November 30, 2006

E os, então, amigos de Césariny

Almada Negreiros ( entre infinitas coisas) escreveu Sobre os burgueses. Pintou Fernando Pessoa Os burgueses «Ó Horror! Os burgueses de Portugal/ têm de pior que os outros/ o serem portugueses!» (A Cena do Ódio) A classe burguesa é, sem dúvida, a maior inimiga, mas ao mesmo tempo a maior incitadora do movimento futurista português. Grande parte dos escritos é feita, em parte, para irritar o burguês. Almada critica-os severamente, em obras como a "Cena do Ódio", "A Engomadeira" e "K4 O Quadrado Azul". Na sua fase de descrição de atmosferas de uma época, Almada apresenta o pequeno-burguês alfacinha, com a sua esposa insatisfeita, mas também outra mulher, mais nova por conta (...) que leva a consorte ao domingo a um restaurante de Sintra, e faz a sua conquista fácil num jardim público; que perde o seu chapéu de coco (e a companhia da amante) nos entusiasmos de uma súbita manifestação contra os Alemães (in História Ilustrada das Grandes Literaturas - Literatura Portuguesa VIII, 1ª edição, 2º Volume, Lisboa, Editorial Estúdios Cor, 1973, p. 693). Segundo Almada deveriam morrer todos "os Vaz, os Estrela, os Lacerda, os Lucena, os Rosa, os Costa, os Almeida, os Camacho, os Cunha, os Carneiro, os Barros, os Silva, (...) os Lopes, os Peixotos, os Motta, os Godinho, os Teixeira, os Câmara, os diabo que os leve, os Constantino, os Tertuliano, os Grave, os Mântua, os Bahia, os Mendonça, os Brazão, os Matos, os Alves, os Alburqueques, os Sousa e todos os Dantas que houver por aí!!!!!!!!! (in ALMADA Negreiros, Manifesto Anti-Dantas, 1915) In CITI (trancrição de excertos)