Tuesday, October 24, 2006

Plágios, interpretações, inspirações, transpirações

Plágios interpretações ou inspirações? M Sousa Tavares é obrigado a ouvir dizer que parágrafos inteiros do livro "Cette Nuit la Liberte" foram copiados por ele, para o “Equador,”da sua autoria, agora posta em causa. Já li o Equador há uns tempinhos. Lá vou ter que ler o “Cette Nuit la Liberte”. Será? Mas, à partida, tomo partido pelo MST. Porquê? Questão de química. Mas confesso que esta coisa dos plágios, interpretações e inspirações são 3 campos relativamente indeterminados. Vejam lá o que me aconteceu no sábado passado. Peguei no 32ª edição do Perfume, História de um assassino”1985, Ed. Presença,. Leram bem, 32º edição!!! É obra. (vem aí, o filme) . E conheci o bebé/porco /Jean-Baptiste Grenouille Principio do livro: é nauseabundo o fedor a peixe podre, onde o protagonista Jean- Baptiste Grenouille nasce: debaixo de uma banca de peixe, à beira do rio Sena. O próprio é confundido pela mãe, vendedora de peixe, com as vísceras de peixe morto e podre. Jean Baptiste é o bebé- porco, por definição.

Plágios interpretações ou inspirações? Ele torna-se alquimista-perfumista. Dar vida a um perfume iria liberta-lo do seu nascimento fedorento e a morte purificadora do mundo será por ele protagonizada, milimétricamente e executada nas suas vítimas. Quando bebé, Jean- Baptiste Grenouille já era diferente dos outros. Leiam a transcrição (excerto pp. 23 e 24) : “ Foi então que a criança acordou. O seu despertar começou pelo nariz. O minúsculo nariz mexeu-se, contraiu-se e fungou….”….”… As minúsculas asas destas minúsculas narinas, a meio do rosto da criança, dilatavam-se como uma flor a desabrochar….” “Terrier tinha a impressão de que a criança o olhava com as narinas... e Terrier sentiu-se repentinamente fedorento, a tresandar a suor e vinagre, a couve –roxa e a roupas sujas.”…Invadiu-o uma sensação de repugnância. Chegara, agora, a sua vez de torcer o nariz como perante algo malcheiroso e com o qual nada queria ter a ver.”…” E foi então que a coisa começou a chorar. Franziu os olhos, escancarou as goelas rosadas e soltou gritos tão assustadoramente agudos, que Terrier sentiu o sangue gelar-se-lhe nas veias… Com o braço estendido, sacudiu o cesto, gritando « guli-guli» para fazer calar a criança, mas esta chorava com mais força ainda e o rosto adquiriu um tom azulado como se os pulmões fossem rebentar-lhe..."

Não leram este pestilento episódio noutra história?Inspiração ou plágio?

Vai dar um filme: é altura de denunciar Süskind. Ao ataque, meus bravos!....