Tuesday, January 30, 2007

O tempo escorregou?

Ilustração (Dali)
Ela, a Julieta, aproximou-se, aparentemente sã, aparentemente aparente. "E a conversa, pensei, lá vem ela!!!
Ei-la!!!! .................
"Você sabia que a Manuela foi namorada do Pichy?" Disparou a Julieta.
"Ela própria me contou", disse eu, sem espanto.
"Ah, mas a fulana casou-se com outro, um que é engenheiro, que tem a mania de ir à caça e deixa-a para trás. Vai daí, ela deixou-o, o marido" e acrescentou à socapa," e até comprou uma nova casa na Amadora, mas o marido fica sempre com a filha na casa de Oeiras e sabe-se lá, se ela se encontra lá, na Amadora com o Pichy?". Fez uma pausa orgulhosa consigo própria.
-Oh Julieta, diga lá, o que é que eu tenho a ver com isso?Perguntei alto e bom som tentando sorrir, como quando se ouve uma anedota, que a Julieta é perigosa. Sabe tudo e vê tudo.
A Julieta retroquiu com um ar, já enjoado: " Ela anda a dizer de si, o piorio!"
E continuou:"Assim você antecipa-se e diz mal dela" Acrescentou " Eu fico, ao seu lado, quando falar, vou dizendo que sim com a cabeça..."
Pensei : "Tu estás a querer vender-me uma intriga , Julieta! mas para que te quero intriga?."
"Quanto custa essa história?" perguntei, alto e bom som, fingindo-me interessada e denunciando a descoberta da intenção.
"Por ser para si é de graça" disse ela, enigmática e, em principio, sorridente!
"Então e se eu não comprar? Perguntei.
" A Julieta respondeu firme. "Vou dá-la ao Director". E acrescentou ." Como a Manuela e o Pichy trabalham cá os dois, nunca se sabe ... quando vai ser preciso ... tal e coisa, embrulha-se isto!"
Terá o Director chegado a comprar a intriga? É que a Julieta morreu atropelada na semana seguinte . Ter tempo para bolar uma intriga é essencial. Neste caso, não sabemos. O tempo escorregou?

Friday, January 26, 2007

Sou o avô cantigas, gosto de rapazes e raparigas! ....

A empresa onde o Director trabalhava tinha uma creche. Esse facto beneficiava todos. A Tereza- rabo- de- palha, tinha lá o neto , a Antónia, a Elvira a Suzana, os filhos, enfim toda a maralha comia barato!
Certo dia, rebentou mais um escândalo. O Director mandava usar da maior disciplina para com todas as crianças. Eram viradas para a parede com orelhas de burro, beliscadas até fazer sangue, comiam com o nariz fechado e de um só trago. Se se engasgavam, batiam-lhes nas costas com tal violência que ficavam quase desmaiadas. Os miúdos andavam tristes, pálidos, átonos e ou agressivos! Á tarde, o jardineiro ia às salas , a pretexto de rezar com as crianças.... descobriram que tinha tentado abusar sexualmente de uma delas .
Instado o Director ripostou : "E assim que os pais e os avós tratam os filhos!"
O marido da Suzana comentou petrificado"Parecem pessoas, mas enganam" Agora está tudo de pé atràs...!
A porteira já andava alarmada mas nada dizia. Ousou sussurar " Era por isso que se ouvia uma criança chorar tanto, coitadinha! ."
"Não!", arguiu a Antónia "Essa era mal tratada pelo avô, quando chegava aqui de manhã, parece que estava tudo cego. Nem diziam nada à polícia"
"Eu quando fui funcionário prisional" rematou o Director para final de conversa "a polícia fechava os olhos , às bofetadas aos pontapés e socos, às coronhadas e outros mimos. " Portanto, vocês também têm de aguentar!" É a vida, já dizia o outro!"
E dizendo isto, atirou uma valente escarradela para o lenço. Virou as costas e recomeçou com as suas gargalhadas femininas, enquanto ia ouvindo a anedota do jardineiro.
E o céu estava lamacento. Como aquelas alminhas.

Thursday, January 25, 2007

O rabo de palha da Teresa- take 4

Ron Mueck escultura
O Director tinha 61 anos quando começaram a chover denúncias. Na presença da mulher, em lágrimas e dos filhos disse que se teria ido embora imediatamente se a consciência o acusasse ou se alguém o considerasse culpado, mas alguém de responsabilidade. Reafirmou-se inocente e garantiu ser vítima da “vingança” das ex-funcionárias. Insistiu na sua inocência e em lutar com todas as forças para o provar. Para além de vítima das funcionárias considera ainda estar a ser “ linchado” pelos Sindicatos e Comissões de Trabalhadores. Os sindicatos fazem correr um abaixo-assinado a defender a virtude das funcionárias.
O Director acusa os Sindicatos de terem interesses não profissionais . Entretanto, os Sindicatos fazem, propõe, a escolha do novo Director, que por coincidência é familiar da Teresa ( a mulher do rabo de palha, o centro da nossa história, afinal) Entretanto, a Teresa continua a enganar (com o GMF, Grande -Mal -Feitor) o companheiro, com quem vive em união de facto, há mais de 20 anos, o Sr. Abílio, separado de uma respeitabilíssima empregada doméstica que usava buço e com quem tinha selado matrimónio religioso e tido vários filhos.
O Srº Abílio não merecia tal deslealdade porque era e é um grande trabalhador.Tirando uma coisita ou outra. Mas a história para o Srº Abílio vai amargar. Porque a Teresa-rabo-de-palha quando descobrir vai ser implacável

Wednesday, January 24, 2007

O Director acossado- take 3

Depois de ouvir a estória da D. Antónia. A minha associação de ideias e imagens :aqui fica. Ron Mueck Big Man escultura

O Director morto - take 2

O assédio
Quatro colaboradoras acusaram o Director de assédio.Uma delas acusou-o de violação. Quem eram elas?
A D. Antónia, arquivista e cuidadora das plantas do piso. As outras três : uma atendia público, outra ninguém sabia o que fazia, ao certo para além de subir e descer escadas e a quarta era responsável por uma base de dados. Tambem arranjava as unhas às colegas, vendia perfumes, brincos e coisas assim. A D. Antónia era uma virtuosa do canto. Por vezes, a sua fina voz trespassava a parede e perdia-se na paisagem visível da janela. Costumavam fazer café e ofereciam ao Director, com direito a bolinhos. Um dia uma levou-lhe flores. O homem fazia anos. Mas as flores foram directas para o lixo. O homem estava mal disposto e tinha mais que fazer ..." Que horror " pensei. Era normal atirar quase tudo o que elas faziam para o lixo, com referências "elogiosas". As mulheres comentavam à boca pequena:" é um anormal". Nesta pequena palavra caia tudo, de facto. Por seu turno, o Director quando se referia a elas dizia "São uns estupores!"
Na altura, parti para o Brasil. Não sei se ele chegou a ser acusado formalmente. Se havia provas ou apenas conluio entre as quatro. Mas que o acusavam, acusavam! Era só ter paciência para ouvir. Ou finjir a paciência, como eu, às vezes, fazia. Que as histórias eram mirambulantes, eram!Estupores com todas as letras, concordo, salvo melhor prova. Que será feito do Director ? Terá morrido?
"pai morto"
Ron MuecK
1958
Londres, Staachi Gallery

O Director -a queda

Um dia, a primeira mulher do Director apareceu nas instalações sanitárias da empresa, parte feminina, trazendo consigo "collants", chapeús de chuva, etc, pequenas mercadorias para vender às senhoras empregadas. Identificou-se como a mulher do Director para gaudio geral . Divorciada "a tiro" do dito, mas a quem ele não pagava um cêntimo de alimentos. E tinham dois filhos a estudar. Gémeos. Mostrou as fotografias dos rapazolas, como que a demonstrar a veracidade da sua história.O mulherio à espera de vez, de entrar na casinha, estremeceu, um frémito de amor pelo escândalo trespassou o ar ....Ahhh! Um desabafo colectivo, um odor a intimidades alheias com a pose do Director a esvair-se... Ah! Ah! grunhiu uma obesa. Pensei " A ti não te assediou ele, de certeza". As mulheres iam saindo e entrando, como formigas. Queriam vê-la! Vê-la!Que coragem, anh? dizia a Elvira. "Que coragem" repetia pelo corredor, com aquele ar sempre estremunhado!!! Mas o Director não fez nada. Deve ter pago o que devia e a divorciada mandou o mulherio maldizente às urtigas. Mas, naquele dia, partiu-se-lhe a imagem de santo, com asinhas e tudo...

Tuesday, January 23, 2007

Takka-Takka

post halisse 23-01-07 (Roy Lichtenstein, 1923 N.Y.-1997N.Y) -a guerra "Takka-Takka" " The exhausted soldiers, sleepless for five and six days at a time, always hungry for decent chow, suffering from the tropical fungus infections, kept fighting" Eu olho para o discurso do referendo ao aborto e também ouço Takka-Takka...... Olho à volta e.................................... Takka-Takka!
Que também me dá ganas de chorar!

Friday, January 19, 2007

Admira a âmbulância do Santa Maria! E Odemira?

Hoje é 23-Jan de 2007
Lufa-lufa. Acordei às 7. Preparei o pequeno almoço para a minha mãe.O resto da casa dormia. Horários de trabalho desencontrados.
Saí com a cadela uma hora depois. Na entrada do prédio está uma senhora de mais de oitenta anos, a lavar a entrada. "Bom-dia". Lá fora há um vizinho, baixote, que assobia...Sempre o mesmo vizinho. Que fará ali o homem se nem sequer fuma?....À frente. A cadelita faz o seu chi-chi. Linda esta cadelita. Uma Opel está parada em frente com dois jovens sentados, macambúzios. Inexpressivos. Olham para mim?... À frente. vamos até ao canteiro com a cadelita. Mais um presentito mal cheiroso para eu apanhar! Já está! Prá frente!... "Esta praceta é um parque de estacionamento" penso. Do outro lado uma jovem , encostada a um carro espera alguém. Passa o dono do café da estrada de benfica, do lado de lá da praceta." Queres dinheiro, pergunta ela?". Voz alta."Estranho! Não costuma ser ao contrário, neste país de fruta.....?" Lembro-me do apito dourado. E da fruta. Volto para casa do outro lado. Entretanto estaciona ao lado da Opel, uma ambulância, com inscrição do Hospital de Santa Maria, bom carro, vidros fumados, modelo superactual. Saem 3 ou 4 homens com uma cadeirinha de lona alaranjada mais tipo praia."Onde será, perguntam uns aos outros?" " É na porteira, diz um!" "Não tem porteira diz o outro." Apetecia-me ficar ali parada a ver a produtividade dos meios de salvamento nacionais. Mas com as duas carrinhas paradas , não ouso ( ambulância, inclusa, claro) não ouso, decididamente.Tanto homemzarrão a ..."trabalhar" complica e eles implicam que se olhe!!!
Subo os sete andares de elevador e vou à janela para tirar uma fotografia à desbunda. E não é que a ambulância tinha desaparecido, num minuto?"Em menos de um minuto encontraram o doente?" Penso:" Estes senhores andam a brincar. Enganaram-se na morada, iam visitar alguém que se mudou?"E em Odemira morrem pessoas por falta de assistência urgente. Muito mal Senhor Ministro. Excelente distribuição de recurso.

Memórias soltas

Quando os sofás se esvaziam com o tempo ficam as memórias e os cadernos.
Vocês não os vêem a eles, mas eu vejo-os perfeitamente:
No sofá, lá está o Srº Mendes, mais à esquerda, o Srº Director ao meio e ao lado o Drº Gomes . Acabo de me sentar no outro sofá .
As palavras-pensamentos voam para os cadernos.
Classifico-os:
O tipo decente é o Drº. Gomes o terceiro da fila, no primeiro sofá. Magro, alto, homem bonito em tempos, sempre reservado e sem acreditar na bondade dos homens (mulheres incluídas). Consta que tem um casamento desfeito e é amante de uma enfermeira( cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém) .
O Srº Mendes logo o primeiro sentado, é viciado no acto de falar. Olhando para ele dir-se-ia que os maxilares foram concebidos para tal. Falar.
O Director senta-se no meio. É uma espécie de pai-morto. De facto, ninguém lhe negou nunca a inteligência ( mais fama que proveito a meu ver!) .Trabalhador incansável e nunca cansado tem uma grande apetência por papeís. São a sua realização pessoal, tal como a tela o é para o artista. O seu momento semanal de enorma prazer é encher uma sala sem móveis, com papeis, dezenas deles, ordenados, criteriosamente limpos, logotipos visíveis e se possível carimbos, tipo fotografia, onde cai o carimbo pára a História Universal e todos se inclinam perante a Prova de que o carimbo foi posto.Ou seja. perante ele próprio. A sua existência. Talvez seja a essência do funcionalismo.
É baixote. Magro.Careca.Dizem que a mulher dele é louca. Ele diz que a senhora, a que trata por Isabelocas, tem uma grave depressão. O homem gosta de se rir à gargalhada, por tudo e por nada. Mas é um esganiçar de voz , no feminino, que sai estridente, insuportável. Penso que é natural que a mulher tenha enloquecido.Nunca fala do filho que, diz-se é autista ou coisa assim.
O Director gosta de tudo o que se relaciona com trabalho. Trabalhadores incluídos e trabalhadoras. Gosta de exibir solidariedade, mas é um homem cheio de maldade. Como veremos.

O pacote do Engº Cravinho e o GMF

a estória do Grande –Malfeitor (GMF)
Sumário Ainda hoje tenho pesadelos com o GMF. Como a noite passada. Porquê agora esta recordação bafienta? Não sei. A Teresa tinha um rabiosque, de respeito. Devia pesar 1/3 do resto do corpo dela. “Parece um rabo-de-palha, raio da mulher” pensava eu. . O GMF era do PS (pobre PS) . Certamente é, por isso, que o Eng.º Cravinho diz a propósito do pacote da corrupção que o PS tem rabos de palha. É que o rabo da Teresa era do GMF. Ou ele pensava que era. Será a este pacote que o Engº Cravinho se refere, perdão a este rabo-de-palha! A estória Há muitos anos que o não vejo. Todavia, ontem lá estava ele a prestar depoimento? Testemunho, ou era apenas uma sessão, mais uma sessão de má-língua? O grande mal – feitor!!! Quem diria! O GMF sempre agiu na sombra, cobardemente, mas insultando ”os cobardes” a plenos pulmões. E os cobardes eram todos os que não eram ele. Na altura, eu pensei por mais de uma vez que a Criatura tinha pavor da sua própria cobardia. Nunca conheci ninguém tão vingativo. Tinha um nível de auto-estima tão baixo ou elevado (nem sei!) que vomitava desprezo por tudo e por todos. Depois de uma relação de convívio superficial, onde a criatura exibia o Ego de uma forma tão enfatuada, fiquei à espera que rebentasse! Mas não. Apenas me convidou para tomar uma bebida em casa dele. Eu estava cheia de pressa, de desinteresse e a bebida ficou, no copo… “Então, vamos combinar ir a uma discoteca, um dia destes?” Disse o GMF. A criatura tinha tudo menos vulto de dançarino. “Uma discoteca? Perguntei eu? “ Boa ideia, mas agora, vamos embora …” Se a criatura ficou frustrada não o demonstrou e abandonou a casa dele fechando a porta meticulosamente.” A Teresa que o ature, pensei. Afinal já eram amigos, antes de os conhecer”. O GMF era indubitavelmente um ganhador falante, com um perdedor agarrado às cordas vocais. A certa altura aqueles almoços rotineiros tornaram-se insuportáveis.
Eu e ele, o cara -de -osga!
Havia qualquer ânsia libidinosa, no avançar sub-reptício da Criatura que pesava como uma noite mal dormida. “ É um colega, apenas um colega, um pouco louco”, pensava eu, a principio para me acalmar, mas o pressentimento irrompia, como erva daninha, no meu espírito. Soube que a Criatura telefonava frequentemente para uma casa de prostituição, em frente da colaboradora, da Teresa, no escritório. Dava pulinhos de excitação. Quase roncava, ao telefone...Isto contaram-me. Uma pessoa muito chegada. Ou seja, a própria Teresa que tudo via e ouvia dele.” Ela que o aturasse que o homem era visivelmente carente” pensei várias vezes. Um dia, eu emprestei à Teresa a chave de uma casa que eu estava a vender e servia para despejar bugigangas várias. Ela depois contou-me que tinha tido um encontro romântico com ele naquela casa, com o GMF.!!!! “Romântico, como? perguntei” “ “Fizemos amor” respondeu a Teresa. Pensei “Que falta de gosto! O homem parece uma osga”. A Teresa era quarentona solteira e mal-amada. Percebi, depois que havia, ali, uma associação de interesses. “Ah, bom Teresa, eu percebo, o encontro de duas grandes carências às vezes dá jeito”… “blá, blá que se faz tarde”
Mais tarde confidenciou-me “ Ele queria atirar-se da janela abaixo depois de …” “Ele é um psicótico!” avisei a Teresa.
Quando eu percebi que não me iria safar dos almoços com a Criatura, contei ao meu marido a grande maçada. “Eu também vou a um almoço, convidado surpresa, e o homenzinho põe-se a milhas.”
E assim foi.
Primeiro vieram as apresentações: “ O meu colega GMF , ( pausa) o meu marido E…” “ Você tem um casaco horrível grunhiu o GMF” ao meu marido. Mas o almoço não era mesmo para correr bem. E eu liguei à terra. Eles falaram o tempo todo, nem sei de quê. Penso que de política. Ainda hoje tenho pesadelos com o GMF. Como a noite passada. Porquê agora esta recordação bafienta? Não sei. A Teresa tinha um rabiosque, de respeito. Devia pesar 1/3 do resto do corpo dela. “Parece um rabo-de-palha, raio da mulher” pensava eu. . O GMF era do PS (pobre PS). Certamente é, por isso, que o Eng.º Cravinho diz a propósito do pacote da corrupção que o PS tem rabos de- palha. É que o rabo da Teresa era do GMF. Ou ele pensava que era. Será a este pacote que o Eng.º Cravinho se refere, perdão a este rabo-de-palha!

Estranhos realismos

Max Beckmann ( 1884-1950)
auto-retrato ( sem smoking)
Beckamann liga a escolha do smoking como traje para a sua pintura através de uma utopia que ele descreveu nesse mesmo ano como a pintura incluída num artigo intitulado “ O Artista do Estado”: « Os novos sacerdotes destes novos centros culturais têm da aparecer de fatos escuros, ou em ocasiões de cerimónia, de gravata branca e casaca, se não conseguirmos inventar uma forma mais precisa e mais elegante de vestuário masculino. …»
(rapariga à janela, interpretação minha)
"Ver o invisível através do visivel, interpretação minha ? (Balthus, 1908-2001)

Thursday, January 18, 2007

folha em branco

Ainda não escrevi, hoje
Halisse

Monday, January 15, 2007

Os emprateleirados e o J.Expresso

Os Emprateleirados e o jornal Expresso Li este fim-de-semana, no Expresso, a seguinte interpretação desculpabilizante, a propósito da pena de emprateleiramento na CP, que fez correr tinta, toda a semana: “para dançar o tango são precisos dois”. Isto significa que o jornalista, cujo nome, não recordo, admite que houve cumplicidade no emprateleiramento do Administrador da CP, o Emprateleirado, que esteve a cumprir nos últimos seis anos pena de emprateleiramento, infracção tipo “ indefinido ….” e o Emprateleitador que não sabemos quem seja. Na motivação do crime social e moral de Emprateleiramento terão estado razões do foro psicológico do Empreteleirador que não sabemos quais, mas gostávamos de saber. Na opinião do jornalista do Expresso, o Emprateleirado esteve, pois, de livre vontade nessa situação…para dançar o tango são precisos dois, diz ele, mix de desculpa e graçola! Como na gravidez!...Ora com franqueza, senhor jornalista! Com efeito, sabendo nós que o Emprateleirado não era um jovem, em principio, ou meio- de- carreira, admitimos que o que menos instabilidade traria para sua vida pessoal seria esperar pela data da reforma. Foi o que fez. É certo que poderia (ou não) ter movido um tráficozito de influências para escorregar para um lugar dourado (ao sol), noutra empresa Pública ( ou seja, comer mais do mesmo!) Eticamente seria mais aceitável? Poderia ter feito queixa à Procuradoria – Geral da República, por gestão danosa do sector público (no caso CP). Sim, poderia. Mas deveria? Alguém acredita que a serena melancolia dos pinheiros, por um instante, bulisse, ainda que tivesse feito? Não, ao Emprateleirado, restaria sempre cumprir o seu destino. Acreditam que ao Tribunais Administrativos, afogados , como estão, movessem um dedinho qualquer, caso a eles tivesse recorrido? Porém, se vivemos numa democracia transparente, sem penas morais privadas, sem coutadas, e em que há sempre um Responsável ( nem que seja o Senhor Ministro) agora o Senhor PGR, Dr. Pinto Monteiro devia mandar abrir um inquérito à situação. Arranjar outra Maria José Morgado e começar a "bater" este campo minado. Os contribuintes que pagaram o ordenado do senhor merecem uma explicação.
A meu ver é assim, que se cria uma Cultura Política – em que as cumplicidades “marotas”vêem ao de cima. É dentro deste espírito de transparência que se combate outra cumplicidade muito discreta, a corrupção p.p. Não é criando um Big-Brother, dimensão 1, que será fiscalizado pelo BB2 e a seguir BB3… infinitamente até às nuvens (e nós a pagarmos) que se cria uma cultura de transparência. Aparecem mais uns tipos a vender telejornais, com um ar muito misterioso, segredo para aqui e para ali…! E a nós, ninguém nos explica nada? É respondendo taco a taco à opinião pública, separando o trigo do joio, a denúncia honesta da outra, procurando, enfim, que os procuradores encontram o seu papel na democracia. Sem alarmes, sem escandaleiras inúteis, que só servem para vender telejornais. Só procurando é que se encontra. E ás vezes nem é preciso procurar. As coisas caem do céu aos trambolhões.

Friday, January 12, 2007

Valores Sociais?

Os valores da família Outro dia li , numa crónica do Expresso, assinada pelo Sousa Tavares onde ele dizia que a publicidade da TV-Cabo atingia o respeito devido às famílias. Só concordo com esta opinião, se essa família estiver fragilizada, por razões profundas. Ou mais profundas que as do anúncio. A reacção mais banal será mesmo, sorrir, que é grande o disparate. Mais chocante é a Wolkswagen andar a publicitar a compra de um determinado modelo, como pretexto (sic) para textos demasido sérios, tais como ter filhos, casar, .... pois que cabem , agora, enfim, todos neste magnífico automóvel... Aqui está uma excelence razão para comprar este modelo, e a seguir, por isso mesmo "encomendar um bébé"! Lindíssima esta lógica . Mas, hoje o Tal e Qual transcende-se no mau gosto.Vem um grande anúncio P/20 que diz
"Morena, Espectacular
77 anos
muito amor para dar, técnica apurada, carinhosa, 65 anos de experiência
Como vê, vendemos qualquer coisa
tel: xxxxxxxxx ( vá lá ver)
Perante este desrespeito pelos idosos, valia uma coima aplicada pela ERCS. Não sei se é possivel, pois ainda não li a lei que cria esta entidade.
De facto, há brincadeiras que se não têm e muito menos se estimulam. As chamadas brincadeiras de mau gosto. Como matar a Gisberta, atear fogo aos sem-abrigo, etc.
Resta-me a certeza de pensar que o "jornalista" em causa, estaja a falar da "vóvó" dele. Alguma patologia pessoal há aqui.
Mas as crianças não são, ou não deviam ser "obrigadas" a ler isto, caso topem com o jornal, pois não?

Wednesday, January 10, 2007

Atenção ao dinheiro dos contribuintes

Igai conclui investigação aos casos de tiroteio no Porto”, in Público. Caro Igai: aqui está outra coisa que merece ser investigada. Ontem, dois cavalinhos da GNR faziam patrulha no Alto de Santo Amaro (cujo piso é calçada - basalto/ subidas íngremes e descidas pronunciadas). Dois soldados glamorosos no alto das suas fardas e dos cavalinhos, lá seguiam seu destino matinal. Repare Igai: o risco dos cavalinhos derraparem naquele piso é enorme. Podem assustar-se com carros, motas e ainda com os sons agudos dos amola-facas-tesoiras, frequentes nos bairros velhos (melhor antigos!)
Patrulhas a cavalo no meio da cidade velha (para vegetação, só sobra a janela para o alecrim)??? Se os cavalos se acidentarem esta patrulha vai ficar cara, caríssima. E se os cavalos se acidentarem os cavaleiros também podem ficar magoados. Igai: atenção ao dinheiro dos contribuintes. Diga aos garbosos soldados que sigam o exemplo da motorola. Transcrevo: ( Público/ Sociedade/ 25) :« O director-Geral da Motorola , Ed Zander, chegou ao palco da CES numa bicicleta amarela e explicou que a empresa estava em controlo de custos» ( o cavalo árabe é da galeria da Gi)

Tuesday, January 09, 2007

Prateleiras douradas, no público

Ex-Administrdor parado há seis anos sai da CP. Este é o título do Público/ Economia. A notícia lambe alguns casos de prateleiras douradas na CP (4.000 Euros com dispensa de assiduidade ou sem ela, conforme se queira adoecer mais rápidamente o visado. Estes crimes que causam danos irreverssíveis nos visados ocorrem por mero arbítrio de um carrasco com suficiente sorte e maldade que se quer "safar" sem concorrência. Nas empresas com dinheiros públicos esta situação é uma desgraça que grassa sem cessar! Muito bem Senhor Jornalista Carlos Cipriano. É pena que o Srº Engº Sócrates que parece ser sério e querer pôr alguma ordem nesta coisa ainda não tenha "acordado" para esta forma de exclusão,esta forma de adoecer pessoas e delapidar o dinheiro dos contribuintes, descaradamente.
Dê um abanão aos seus Ministros para esta realidade "surreal" .Aconselharia mesmo um puxão de orelhas aos mesmos!...
Prateleiras douradas só mesmo no mobiliário!...

Tuesday, January 02, 2007

Dali, surrealista (1904-1989) citação

"A única diferença entre mim e um louco é que não estou louco"
Salvador Dali

Bom Ano 2007

Desejos que formulo depois das férias: Bom Ano
Regresso a Lisboa.
Leio o jornal expresso, distribuído, gratuitamente no avião.
" 50 desejos para Portugal" por M Sousa Tavares .
Li todos . Ressalto dois:
19. " Que as juventudes partidárias e as claques de futebol sejam extintas por decreto."
21. " Que a polícia de trânsito deixe de ser parte interessada nas multas que cobra- apenas a benefício da sua credibilidade"
Assim seja!
Que o fascismo não passe!