Thursday, November 23, 2006
não me olhes nos olhos
Vou citar as nuvens de cor
Como os cegos
Depois de ouvirem o vento
Trazer-lhes
Notícias dessas irmãs das brumas.
A minha lembrança de um sol preguiçoso
a deitar-se baixo, no horizonte, a minha mão
A apanhá-lo, queimada para a eternidade!
É disso que eu me lembro,
Quando eu sabia que tinha olhos de serviço!
Perguntei-te há tempo, num verão:
“Será um incêndio, lá ao fundo?”
“E tu não vês que é o sol?”
Respondias!
É verdade:
o sol desmanchava-se,
todos os dias
Deitava-se,
Num laranja imenso
de fogo cansado
Numa cópula perfeita
Entre nuvens e pinheiros
.
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